ágape

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sábado, 11 de junho de 2011

ENSAIOS PARA O AMOR




Ela era uma velhinha q morava sozinha, em uma grande casa. Ñ tinha amigos porque, ao longo dos anos, ela os vira morrer, um a um. Seu coração era um poço de saudade e de perdas. Por isso, ela decidira q nunca + se ligaria afetivamente a ninguém. E, p/se lembrar q um dia tivera amigos, passara a chamar as coisas pelos nomes dos amigos q haviam morrido. Sua cama se chamava Belinha. Era grande, sólida e confortável. Mesmo depois q ela se fosse, Belinha continuaria a existir. A poltrona confortável da sala de visitas se chamava Frida. Haveria de durar muitos anos +. A casa se chamava glória. Tinha sido construída há + de 100 anos, mas ñ aparentava + q 20. Era feita de madeira muito forte, vigorosa. E o carro, grande, espaçoso se chamava Beto. "haveria de servir", pensava a velhinha, "p/alguém, depois de sua morte." E assim vivia a velhinha solitária. Certo dia, quando estava lavando a lama de Beto, um cachorrinho chegou no portão. O portão ñ tinha nome, porque ela achava q ele logo teria q ser substituído. Suas dobradiças estavam enferrujadas e a madeira apodrecida. O animalzinho parecia estar c/fome e ela tirou um pedaço de presunto da geladeira e o deu ao cão, mandando-o embora. Porém, no dia seguinte, ele voltou. E no outro e no outro. Todos os dias, ele vinha, abanava o rabo e ela o alimentava, mandando-o embora. Ela dizia q Belinha ñ comportava um adulto e um cachorro, q Frida ñ gostava q cães sentassem nela e glória ñ tolerava pêlo de cachorro. E Beto? Bom, esse fazia os cachorros passarem mal. Um ano depois, o animal estava grande, bonito. E tudo continuava do mesmo jeito. Até q um dia ele ñ apareceu. Ela ficou sentada na escada, esperando. No dia seguinte, também. Nada. Resolveu telefonar p/o canil da cidade e perguntar se eles tinham visto um cachorro marrom. Descobriu q eles tinham dezenas de cachorros marrons. Quando perguntaram se ele estava usando coleira c/o nome, ela se deu conta q nunca dera um nome p/ele. Sentou-se e ficou pensando no cachorro marrom q ñ tinha coleira c/um nome. Onde quer q estivesse, ninguém saberia q ele tinha de vir todos os dias até seu portão p/q ela lhe desse de comer. Tomou uma decisão. Dirigiu Beto até o canil e falou p/o encarregado q queria procurar o seu cachorro. Quando ele lhe perguntou o nome do cachorro, ela se lembrou dos nomes de todos os amigos queridos aos quais havia sobrevivido. Viu seus rostos sorridentes, lembrou-se de seus nomes e pensou em como fora abençoada por ter conhecido esses amigos. "Sou uma velha sortuda", pensou. "O nome do meu cachorro é Sortudo", disse. E gritou, ao ver os cães no grande quintal: "aqui, Sortudo!" Ao som da sua voz, o cachorro marrom veio correndo. Daquele dia em diante, Sortudo morou c/a velhinha. Beto parece q gostou de transportar o cachorro. Frida ñ se incomodou q ele sentasse nela. Glória ñ ligou p/os pelos do cachorro. E todas as noites Belinha faz questão de se esticar bem p/q nela possam se acomodar um cachorro marrom Sortudo...e a velhinha q lhe deu o nome.
Ñ temamos nos afeiçoar às pessoas. Ninguém consegue viver s/amor, s/amigos, s/ninguém. Ñ nos enclausuremos em solidão, nem percamos a oportunidade extraordinária de amar. Amemos a quem nos rodeia. Também à natureza e os animais, recordando q tudo é obra do excelente pai q nos criou.

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